No dia 1º de maio comemoramos, no Brasil e em vários países do mundo, o Dia Internacional doa Trabalhador/a. Essa data tem um significado de luta de trabalhadores/as que em, 1º de maio de 1886, em Chicago (EUA), se manifestaram por melhores condições de trabalho, entre elas a redução da jornada de trabalho. Nesse dia, aconteceu uma greve geral dos trabalhadores/as, que terminou em violência e morte de manifestantes.
Ao celebramos essa data, é importante pensarmos na luta da classe trabalhadora, fazendo um recorte importante sobre a presença de mulheres na força de trabalho, que vem aumentando, significativamente, nos últimos anos. Apesar desse fato, ainda podemos perceber que a presença da mulher é fortemente marcada pela discriminação e superexploração. A ideologia machista assinala essa discriminação quando define carreiras e funções próprias para a mulher, desvalorizando suas tarefas e diferenciando os níveis salariais entre homens e mulheres, que mesmo quando tem mais anos de estudo, tem salários em média 30% menor que os homens, e são os primeiros alvos de rebaixamento de salários e demissão (Silva, 2009).
De acordo com Biroli (2016), “(…) as mulheres são maioria entre as pessoas que exercem trabalho precarizado e entre o contingente de desempregados. (…) As mulheres também continuam a ser as principais responsáveis pelo trabalho doméstico e de cuidado, o que significa que seu acesso a tempo também é desigual, sendo esse um componente nas desigualdades no trabalho e na política”.
Na conjuntura capitalista atual fica clara a aliança entre o conservadorismo “moral” e o neoliberalismo. Neste contexto, são frequentes os discursos que enfatizam a presença da mulher no cuidado familiar, em especial as mais pobres, que são particularmente afetadas pela precarização do trabalho e pelo desmonte do Estado – que é desmonte das escolas, das creches, da saúde, da segurança pública.
Diante dessa realidade, o dia 1º de maio é a oportunidade de lembrar conquistas e de reforçar a luta pelos avanços ainda necessários. Precisamos reconhecer que a luta dos trabalhadores foi essencial para garantir direitos, e melhores condições de trabalho, mas a luta pela equidade de gênero ainda precisa ocupar os diferentes espaços e dimensões da vida. É tarefa de todos e essencial na busca por uma sociedade em que haja liberdade, igualdade e justiça na sociedade.
Por Fernanda Moreira
(Assistente Social – Unidade Antonia)
Referências:
BIROLI, Flávia. Feminismos, esquerdas e futuros possíveis. Blog Boitempo, 2016. Disponível em: https://blogdaboitempo.com.br/2016/11/25/feminismo-esquerda-e-futuros-possiveis/ . Acesso em 18/04/2017.
SILVA, Roseane da. O 1º de maio e as mulheres trabalhadoras. Disponível em: http://www.cut.org.br/artigos/o-1-de-maio-e-as-mulheres-ce47/. Acesso em 18/04/2017.