No belíssimo documentário “Filhos da Puta”, produzido pelo Coletivo Rebu, mostra pela narrativa dos filhos das mulheres que exercem ou exerceram a prostituição, que para além de trabalhadoras sexuais, elas são mães, filhas, amigas, vizinhas, entre outros papéis comuns na vida cotidiana.
Essas são algumas frases retiradas das falas dos três filhos de trabalhadoras sexuais que narram suas histórias:
“Quando eu descobri, no começo fiquei assustado, porque entendia que era errado”.
“Preconceito? Sofri vários, as pessoas me ofendiam… Só me lembro que doía, não entendia, mas me machucava. É complicado isso”…
“Todo preconceito é ruim, é muito triste”…
“A sociedade hoje é construída em opiniões velhas e ultrapassadas”…
“Existem várias coisas que envolvem a pessoa estar na prostituição… questão social, questão financeira, são várias questões”.
“A sociedade precisa enxergar que a gente precisa ter política pública para isso”.
“As pessoas precisam respeitar a prostituição como qualquer outro trabalho. Todo trabalho precisa ser respeitado”.
“As pessoas morrem por causa de preconceito… morrem e se matam por causa de preconceito”.
“Não precisa aceitar, só entender e respeitar”.
“São mulheres que encontram uma renda lá. Que conseguem se manter, sustentar uma família”.
“Tem que ter muita coragem para estar ali”.
“Para mim o significado de família é respeito”.
“Tenho orgulho de ser uma filha da puta”.
“O termo filho da puta é tudo, menos uma ofensa… O cara vai estar me elogiando me chamando de Filho da Puta”.
Os depoimentos, carregados de realidade e consciência, propõe reflexões, quebra de paradigmas e preconceitos comuns, quando o assunto é prostituição.
Fica o convite assistir ao documentário “Filhos da Puta”. Uma oportunidade para que possamos nos questionar sobre afirmativas rasas e preconceituosas de que elas “estão ali porque querem” ou tem “vida fácil”.
Texto: Reine Rodrigues de Oliveira
Vídeo: Coletivo Rebu