Encontros de Formação

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No mês de Novembro a Unidade Antonia realizou dois encontros de formação com as mulheres atendidas pelo Projeto que são Agentes de Prevenção do Centro de Testagem e Acolhimento DST/AIDS – CTA, entidade parceira da Unidade.
No primeiro encontro o grupo debateu o tema “Preconceito” e no segundo “HIV/ AIDS”. Ambos os encontros foram acompanhados por Luciana Dantas (estagiária de serviço social da Unidade Antonia) e Lívia Vernaci (estagiária de psicologia do CTA).  
 No primeiro encontro fizeram uma reflexão critica sobre a música de Chico Buarque (Gení e Zepelim), uma das participantes recordou que essa fez muito sucesso nas boates no ano de 1980. A reflexão levou o grupo a perceber o preconceito presente nessa música e o quanto a sociedade também é preconceituosa.
Outro recurso utilizado na reflexão foi o texto intitulado: “Há muito preconceito histórico, cultural contra a prostituição” (Luis Nassiff). Após a leitura cada uma das mulheres expos sua percepção enfatizando momentos de violência e preconceito vivenciados. Para finalizar esse encontro foi recitada a poesia de Cora Coralina intitulada “Mulher da Vida”, cada uma delas interpretaram o poema.
 No segundo encontro Lívia Vernaci falou sobre a importância da prevenção à saúde com uso de preservativo durante a relação sexual, pois além de prevenir a contaminação com o vírus HIV e gravidez previne muitas outras DST’s (Doenças Sexualmente Transmissíveis). As agentes de prevenção informam que durante as visitas que fazem aos locais de prostituição percebem que as dúvidas das mulheres se repetem bastante e costumam ser reincidentes.
 Segundo Lívia os últimos estudos sobre HIV, apontam que no Brasil houve aumento de 11% de infectados, isso ocorre pela pouca divulgação da doença, por parte da mídia e da forte resistência masculina em usar preservativo, consequência da sociedade machista. No decorrer da conversa uma das mulheres disse que no início do ano de 1980, pouco se sabia sobre o vírus HIV, sabia-se apenas que matava rápido, pois tinha uma colega de profissão que definhou e veio a óbito em poucos dias; não era disponibilizado por nenhum órgão público preservativos para quem praticasse prostituição, tanto na região Central da cidade de São Paulo como em Santo Amaro- SP. As mulheres faziam programas sem o uso de preservativo.
As participantes tiraram suas dúvidas com relação às DST’s (Doenças Sexualmente Transmissíveis) e vão repassar o que aprenderam á outras mulheres que elas visitam nos locais de prostituição como Agentes de Prevenção.  
No final do encontro Lívia Vernaci reforçou a importância do uso do preservativo.
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Escrito por Luciana Dantas 

Conteúdos do blog

As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais do Projeto Antonia – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais.   

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