OPAS e Prefeitura de São Paulo treinam servidoras para atender mulheres vítimas de violência

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A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) realizou, em conjunto com a Secretaria de Relações Internacionais e a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania do município de São Paulo, um treinamento para cerca de 40 servidoras municipais que atendem mulheres vítimas de violência na capital paulista.

Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública indicam que os casos de feminicídio tiveram um aumento de 22,2% em 12 estados brasileiros no período entre março/abril de 2019 e março/abril de 2020.

Na cidade de São Paulo, os casos de violência contra a mulher cresceram 30% entre os meses de fevereiro e março de 2020, segundo o Núcleo de Gênero e o Centro de Apoio Operacional Criminal do Ministério Público de São Paulo.

Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) realizou, em conjunto com a Secretaria de Relações Internacionais e a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania do município de São Paulo, um treinamento para cerca de 40 servidoras municipais que atendem mulheres vítimas de violência na capital paulista. O treinamento ocorreu na semana passada, na Casa da Mulher Brasileira.

Em todo o mundo, a violência contra as mulheres tende a aumentar durante emergências de qualquer tipo. Por isso, os serviços de atenção são essenciais durante a pandemia da COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus.

“Profissionais que prestam atendimento a mulheres em situação de violência precisam estar bem informadas e atualizadas não apenas sobre como fornecer os cuidados adequados, mas também sobre como se protegerem e protegerem as pessoas que são acolhidas nestes serviços, evitando que haja risco de infecção pelo coronavírus – principalmente, no decorrer desse atendimento”, destacou Akemi Kamimura, consultora de direitos humanos do escritório da OPAS e da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Brasil.

Durante a oficina, a equipe da OPAS abordou e discutiu uma série de questões com assistentes sociais, psicólogas e profissionais da equipe socioeducativa das unidades de acolhimento de mulheres. Entre elas, a saúde mental (tanto de quem vai atender quanto de quem receberá os cuidados, incluindo dicas sobre o que fazer e não fazer nas interações), a perspectiva de gênero (com orientações para mulheres, homens, equipes de saúde, gestores, formuladores de políticas e gerentes de serviços de saúde), as principais medidas de prevenção contra a COVID-19 e a preparação para a fase de reabertura dos serviços.

“Além de medidas básicas como uso correto de equipamento de proteção individual, apresentamos recomendações para espaços comunitários fechados. Por exemplo, os abrigos temporários e de maior permanência, visando atender as recomendações sanitárias e promover atendimento presencial seguro e ao mesmo tempo humanizado, já que o público acolhido também vivencia alguma situação de vulnerabilidade”, explicou Fabiana Ganem, consultora de Vigilância, Preparação e Resposta a Emergências e Desastres, do escritório da OPAS e da OMS no Brasil.

Segundo ela, essas medidas envolvem a reorganização da recepção, das salas de atendimento individual e coletivos e demais espaços de convivência, a oferta de água potável para consumo, e de locais adequados e funcionais para higienização das mãos, a limpeza das superfícies com soluções desinfetantes, o gerenciamento de resíduos, a ventilação adequada dos espaços, entre outras.

A missão da OPAS à São Paulo foi feita com recursos doados pelo governo do Japão. Oficinas semelhantes poderão ser organizadas em outros estados ou municípios do Brasil que tiverem interesse, considerando equipes e equipamentos da rede intersetorial, especialmente de assistência social e direitos humanos.

Aumento dos feminicídios

Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública indicam que os casos de feminicídio tiveram um aumento de 22,2% em 12 estados brasileiros no período entre março/abril de 2019 e março/abril de 2020.

Na cidade de São Paulo, os casos de violência contra a mulher cresceram 30% entre os meses de fevereiro e março de 2020, segundo o Núcleo de Gênero e o Centro de Apoio Operacional Criminal do Ministério Público de São Paulo.

“O combate à violência contra mulher durante a pandemia é questão de urgência e essa capacitação integra uma série de ações da Prefeitura para proteger as mulheres que vivem em situação de violência. A partir de agora, os atendimentos para elas poderão ser feitos de forma mais qualificada e humanizada”, afirmou o prefeito de São Paulo, Bruno Covas.

Publicado pela Organização das Nações Unidas em 03/08/2020, atualizado em 03/08/2020.

Conteúdos do blog

As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais do Projeto Antonia – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais.   

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