MOPAIDS: Movimento de resistência, luta e parcerias pelos direitos das pessoas vivendo com HIV/aids

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Alcançar mudanças sociais por meio do embate político é a essência do Mopaids (Movimento Paulistano de Luta Contra a Aids). Não foi por acaso que este grupo nasceu em 2002. São Paulo é a cidade que abriga o maior número de pessoas vivendo com HIV/aids em tratamento no Brasil e consequentemente as maiores demandas. E foi justamente para debater com profundidade as pautas da sociedade civil e conseguir, a partir da luta política, transformações sociais e ações coletivas, que ativistas criaram o Mopaids. O diferencial: reunir todos os interessados nesta luta para somar na defesa dos direitos humanos de quem vive com HIV/aids.

Quem participa das reuniões do Mopaids sabe que este é um espaço para sugerir pautas e trazer demandas. Nas reuniões, é comum pessoas que vivem com HIV/aids utilizarem o espaço para relatar situações especificas que vivenciaram ou compartilhar experiências.

As ONGs também usam este momento para divulgar os projetos e o trabalho que realizam na base. Como é o caso do Projeto Antonia, do Instituto das Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor. A iniciativa acompanha mulheres de baixa renda que estão em contexto de prostituição e atuam na região de Santo Amaro, na cidade de São Paulo.

A missão deste projeto vai de encontro com o que defendemos no Mopaids: atender população em situação de vulnerabilidade social com humanização. O grupo está constantemente em busca de potencializar a luta pelos direitos e o combate ao preconceito que estigmatiza mulheres profissionais do sexo. O que motiva o trabalho do Projeto Antônia é o valor e dignidade da pessoa humana que se encontra em cada mulher que está em situação de prostituição.

Há quem diga que o Mopaids é um movimento de luta e resistência e é mesmo. Em tempos de pandemia, o grupo segue ativo na luta contra aids e a favor do SUS. Nossa busca por interlocução com diferentes movimentos sociais é constante. Hoje, existe no Mopaids representantes do movimento negro, profissional do sexo, da tuberculose e também da população de travestis e transexuais, mas falta aproximação com outros grandes movimentos. O Mopaids é reconhecido historicamente por atender as demandas na área da saúde em geral. A questão das mulheres negras, por exemplo, que são as que mais morrem em decorrência da aids em São Paulo, é também uma pauta do movimento.

Não podemos nos esquecer nunca que movimentos sociais vêm de uma organização, de um segmento da sociedade que tem como maior objetivo avançar politicamente visando o benefício da maioria. O Mopaids tem como lema que “juntos somos mais fortes” e acredita que a política e a solidariedade são um caminho a ser percorrido sempre.

Por Américo Nunes Neto
Coordenador do Mopaids

São Paulo, SP 12/03/2018 – HIV – Américo Nunes – Foto: Leo Martins

 

Conteúdos do blog

As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais do Projeto Antonia – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais.   

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