De fato são os desejos que move a vida da gente,
e com o humano Jesus não podia ser diferente.
Muitas frases tinha ouvido, preces vinda do coração,
mas nada havia lhe tocado tanto como a cena de amor,
realizada por uma mulher,
em um jantar pouco atraente lá na cada de Simão.
O gesto daquela mulher, sua mente não pôde esquece-la
e nada melhor para retomar
e resignificar que marcar a última ceia,
lembrando outra ceia que não era,
mas lhe pareceu à primeira.
O toque continuava a acontecer,
os cabelos alo não usou, seu gesto era de amor serviço,
o dela foi de reconhecimento, Eros, Amor.
Todos os gestos que devia, mas que lhe negou Simão
Jesus o retomou. Em servo se tornou.
No chão se ajoelhou,
prostrou-se, antes de resgar o pão.
Não existem barreiras para uma amor
que quer servir,
embora os discípulos não compreendessem
o que se passava ali. Por mais que lhes explicasse
só o tempo os faria compreender que Deus,
o humano encarnado que veio para ser amado
quis em primeiro lugar lhes ensinar como servir …
Erguendo-se do chão,
seu lugar na mesa novamente se ocupou ,
e olhava cada rosto que se esforçava para entender
o que aquele Messias queria tanto dizer.
Jesus rasgou o pão e molhou em um pouco de vinho,
tentando se convencer de que a dor tão próxima
podia retroceder.
Este é … Isto é … Por favor,
quando puderem este gesto novamente repetir,
lembre-se que o fiz por primeiro,
então agora faça-o em memória de mim.
Ir. Marilda Santos de Souza